A música é um meio terapêutico utilizado desde a antiguidade, atribuindo-se poderes curativos: Davi toca lira para acalmar rei Saul; os gregos acreditavam que a música tem influência no ser humano; no século III recomendavam ouvir música suave para relaxar, banir o medo e mudar os pensamentos; no século XVIII os efeitos da música no organismo (calmante, excitante, regulador ou irregulador); no século XIX Pinel sistematizou o emprego da terapêutica da música nos hospitais de alienados; na Primeira Guerra Mundial, hospitais nos EUA contavam com músicos profissionais para comprovar o efeito relaxante e sedativo da música; mas foi na Segunda Guerra Mundial que houve o início efetivo da utilização científica da música. Inicia-se então, o primeiro Plano de Estudos em 1944, em Michigan/EUA. Em 1950, cria-se a Associação Nacional para Musicoterapia (National Association for Music Therapy-NAMT), hoje integrante da Associação Americana de Musicoterapia (American Music Therapy Association- AMTA). Em 1958, o Reino Unido criou a Society of Music Therapy and Remedial Music, nome alterado para British Society of Music Therapy. No Brasil, surgem em 1971, os primeiros cursos de Musicoterapia (Paraná e Rio de Janeiro). Em 1983, em Paris, houve a criação da Federação Mundial de Musicoterapia (World Federation of Music Therapy- WFMT). Em 1989 a criação da Confederação Europeia de Musicoterapia, entidade que permitiu o intercâmbio e difusão de diferentes de Musicoterapia. Em 1995 foi criada a União Brasileira das Associações de Musicoterapia- UBAM. No Brasil consta a Musicoterapia no Código Brasileiro de Ocupação, sob o título Musicoterapeuta- código 2263-5.
Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia, por intermédio da Comissão de Prática Clínica, em 1996, produziu uma definição global: Musicoterapia é a utilização da Música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo para que possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento. (REVISTA BRASILEIRA DE MUSICOTERAPIA, 1996, p.4)
O profissional apto a realizar a musicoterapia é somente o musicoterapeuta. Já o destinatário dos serviços possui várias denominações, dependendo do contexto em que a musicoterapia é processada, tais como: cliente, consumidor, paciente, residente.
Ainda que exista musicoterapia do tipo “breve”, a exemplo, em ambientes hospitalares como UTI’s (Unidades de Tratamento Intensivo), importante frisar que há etapas específicas no processo musicoterapêutico: Encaminhamento ou derivação inicial, Avaliação inicial, Plano de Tratamento, Implementação do tratamento, Avaliação Final e Derivação ou Alta.
São tipos particulares de experiências musicais: improvisação, composição, recriação e audição.
Fontes:
BRUSCIA, Kenneth E. Definindo Musicoterapia. Barcelona: Publishers, 2015.
FOWLER, Viviane Rose. A Musicoterapia e suas Interações com os Ritmos Biológicos. Paginação 86. Monografia/ Musicoterapia- FMU, São Paulo, 2008.
REVISTA BRASILEIRA DE MUSICOTERAPIA, 1996.
A princípio, sim. Mas, como tudo, há exceções, isto é, casos em que não é recomendado o uso da musicoterapia: pessoas que possuem epilepsimusicogenia, pessoas que não gostam de música, assim como pessoas que trabalham exaustivamente com música por horas seguidas.
Não. Pode causar um efeito terapêutico, mas não é musicoterapia, pois é necessário a presença de um musicoterapeuta, assim como uma abordagem específica.
Não basta ser músico ou tocar um instrumento. É necessário passar por uma formação específica. No Brasil, há duas maneiras de se formar Musicoterapeuta, uma é cursar a graduação, a outra é cursar uma especialização, nesta última, com avaliação quanto à parte musical do estudante.
Não. O paciente vai explorar a música, de inúmeras as maneiras, incluindo voz, instrumentos, audições, através de várias abordagens a serem realizadas pelo musicoterapeuta, na condição de abrir comunicação com esse paciente, apoiando-o na sua experiência musical.