Desde René Descartes (1596- 1650), o mundo passou a vivenciar as áreas do conhecimento, não mais como os filósofos antecessores àquele, onde o conhecimento fazia parte de um todo e o detentor, geralmente intitulava-se filósofo. A partir de Descartes, o conhecimento em busca de suas verificações de verdades, passou a especializar-se cada vez mais.
Atualmente, século XXI, há uma percepção na volta para o olhar do “todo”, mas não aos moldes pré-Descartes. Um novo olhar bastante especializado em diversas áreas do conhecimento humano, mas que busca “conversar”, “dialogar” com as outras áreas, a fim de compor um entendimento maior sobre o conhecimento e seu bem maior, a humanidade.
Posto isso, passemos a analisar uma das áreas do conhecimento humano, as Artes. Trata-se de uma grande área, na qual encontramos a Música e dentro desta ainda, inúmeras possibilidades, mas nem todas acessadas por todos, especialmente as profissões, que podem por ventura utilizarem-se de sua magnitude.
Então, vejamos o esquema abaixo:
Assim, temos um grande conjunto chamado Música, no qual se inserem as suas especificidades.
Então, quando se fala em Musicalização, há que se ter muito cuidado em não considerar o simples uso da música em qualquer outra área do conhecimento, por exemplo, na educação básica, como sendo efetivamente a prática de uma espécie da educação musical. Pois, para se realizar educação musical, faz-se necessário conhecer os objetivos musicais e todos aspectos ditos técnicos do material sonoro (tonalidade, compasso, ritmo, fraseado, respiração, execução, acompanhamentos), assim como técnicas de ensino. Basta lembrar que, para a formação de um músico ou musicista para ler uma partitura de nível médio, leva-se pelo menos seis anos de estudos ininterruptos de treino no instrumento ou voz. E, ainda assim, não quer dizer que esteja apto a ensinar música, pois necessita saber (conhecer e dominar) as diversas metodologias em música.
Por outro lado, diante de uma análise mais ampla, podemos considerar o uso da música em diversos ambientes e faixas etárias, com menos rigidez, por exemplo, o uso de canções, o uso de músicas instrumentais para danças, o uso de músicas (instrumentais ou vocais) para uma simples audição!
Nessa senda, muitos outros profissionais podem utilizar a música, em especial, os professores de educação infantil. Porém, a sua utilização permanecerá numa esteira rasa, sem poder de condução para uma leitura musical ou um trabalho de afinação! Mas, com certeza, os benefícios da sua utilização, desde que a escolha da música seja coerente, poderá galgar excelentes êxitos!
Autora: Taciana Taffarel